Palestra proferida em 06/10/1999
A história do tapete Persa data de mais de 2500 anos. Os iranianos foram uns dos primeiros tecelões das mais antigas civilizações, que através de séculos de criatividade e ingenuidade formaram excelentes talentos. O tapete é uma das mais finas formas de expressão de arte que o Irã pode encontrar para expressar o mais alto grau de arte que o homem pode fazer.
No princípio eram artigos de necessidade, que os nômades usavam para se aquecer, dormir, sentar, transportar e trazer alegria para dentro das tendas. medida que os reis e nobres descobriram esta arte, passaram a usá-los para adornar os palácios e as mais finas edificações.
Ao passar dos séculos o tapete persa recebeu reconhecimento pelo trabalho artístico e esplendor. Hoje o Irã produz mais tapetes que todos os centros de tecelagem no mundo.
O luxo do tapete persa hoje contrasta com os primeiros tecidos pelas remotas tribos nômades, onde pela necessidade desenvolveu-se a arte.
No passado os tapetes eram pequenos e usados como utilitário e após passaram a ser usados para orar.
Os primeiros eram tecidos com lã sobre lã e uma só pessoa trabalhava. Com o passar do tempo eles começaram a usar o algodão para urdiduras e tramas, utilizando também a seda.
Desde então começou um processo onde os pais passaram suas técnicas para seus filhos, os quais desenvolveram novas técnicas e estas eram guardadas em segredo familiar, para seus descendentes.
Para fazer um tapete, várias pessoas da família trabalhavam no mesmo e um líder ditava a série de nós e cores.
Quando precisavam mudar, o tear era desmanchado e o tapete retirado.
Quando chegavam a outro local, montavam novamente, por isto alguns tapetes tribais são um pouco tortos.
O clima gelado das montanhas traz uma vantagem sobre a qualidade da lã, ela é mais fina e longa.
O segredo para a execução de um tapete, a utilização de cores brilhantes tingidas naturalmente. Este tingimento envolve segredos guardados a sete chaves por gerações e gerações.
As cores do tingimento natural são obtidas de plantas, raízes, cascas de árvores e frutos, insetos e outros elementos encontrados na natureza.
Podemos citar alguns exemplos como: a casca da romã na cor laranja; a folha de índigo na cor azul; a casca de cebola e açafrão na cor amarela; a flor do sumak na cor purpura; do inseto cochonilha é retirada a cor vermelha - macerando a fêmea; a cor preta é tirada de moluscos do mar Cáspio.
Os tapetes persas são tão ricos em cores e flores pelo fato de o Irã ser um país com grandes áreas de deserto, onde a paisagem é cor de areia. Eles usam os tapetes com flores e cores para trazer a natureza para dentro de suas casas.
Outro fator que contribui com uso de flores no desenho dos tapetes, é o fato do iraniano crer que o céu é um lugar florido. Eles têm muito respeito pelas flores.
O tapete Nain é um exemplo do uso das flores e da natureza em seu desenho, simbolizando constelações onde se destaca o centro com abóbada em cor azul mesclando flores que estilizadas simbolizam constelações.
Boletim "O Regador" - nº 42.