sábado, 28 de maio de 2011

Outono/inverno, época de muito trabalho no jardim


 Esta é uma época em que temos menos flores no jardim, mas em compensação, muito mais trabalho, pois temos canteiros para preparar, poda, limpeza e adubação. Mas tudo é uma preparação para que tenhamos uma primavera bem florida.
Estamos em tempo de podas, sendo assim, preparem suas tesouras e mãos à obra. Inicie a poda retirando galhos velhos e/ou doentes. Na sequência vá retirando os galhos voltados para o interior da planta, aqueles que se cruzam, os ladrões e finalmente dê o formato da sua planta reduzindo a altura e diâmetro, se necessário e procurando deixá-la com aspecto transparente.
Alguns lembretes:
- Não faça podas nas plantas que deverão florescer no fim do inverno ou início da primavera, como a azaléia, Rhododendrom indicum.
- Se não tiver certeza de como podar, faça pelo menos uma boa poda de limpeza, retirando os galhos secos, doentes, cruzados ou voltados para o interior da copa.
- Após a poda, cuide dos cortes. Para plantas com ramos finos, regue com calda bordalesa a planta inteira. Para ramos com mais de 2cm de diãmetro, aplique este mesmo produto, mas em forma de pasta, sobre todos os cortes realizados.
- Especialmente nos pomares, procure lavar sua tesoura de poda a cada nova planta.
- Após a poda, afofe bem ao redor da planta, faça uma adubação e regue muito bem.

                                                            Calda Bordalesa
Ingredientes:
200g de cal virgem
200g de sulfato de cobre
20 litros de água

Modo de preparar: coloque o sulfato de cobre em água morna no dia anterior. Coloque a cal em um balde com um pouco de água para hidratá-la. Depois misture mais 5 litros de água na cal. Derrame o sulfato de cobre sobre a cal. Mexa bem, coe a mistura, complete para 20 litros,coloque-a no pulverizador e regue as plantas podadas. Utilize a mistura sempre no mesmo dia.

                                                           Pasta Bordalesa
Ingredientes:
2 kg de cal virgem
1 kg de sulfato de cobre
10 litros de água

Modo de preparar: coloque o sulfato de cobre em água morna no dia anterior. Coloque a cal em um balde com um pouco de água para hidratá-la. Depois misture mais 5 litros de água na cal. Derrame o sulfato de cobre sobre a cal. Mexa bem, e complete o volume para 10 litros. Passe a pasta com um pincel sobre os cortes.

Extraído do livro "Alternativas ecológicas para prevenção e controle de pragas e doenças."
O Regador - Maio/Junho 2005

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cuidados com o jardim no outono/inverno

Neste período de outono e início de inverno observamos a queda da temperatura, a diminuição da duração dos dias e a formação de cerração pela manhã, além do risco de geadas.As plantas em geral diminuem suas atividades vegetativas  e aquelas de folhas caducas nos presenteiam com a mudança da coloração e queda das folhas. É um espetáculo que deve ser apreciado.
O gramado pede apenas uns poucos cortes e se inicia o período de poda. O período ideal para as podas é o da lua minguante e para as plantas mais especiais de seu jardim reserve a minguante de julho. Após a poda afofe bem ao redor das plantas, adube com composto orgânico e um pouco de calcário, faça uma boa rega e cubra o solo com folhas secas ou palha. Lembre-se, porém, que as plantas que irão florescer até o fim do inverno ou início da primavera serão podadas mais tarde. Estas plantas devem receber regas adequadas, sem excessos e uma eventual adubação, caso haja necessidade. As regas das plantas em geral, nesta época, são mais espaçadas para evitar apodrecimento das raízes e o aparecimento de fungos.
Para as plantas mais sensíveis ao frio, providencie alguma proteção. Para quem tem estufas é importante salientar que a mesma deve ser fechada enquanto ainda há sol para que haja acúmulo de calor em seu interior.
As plantas de dentro de casa recebem menos regas e as que forem mais sensíveis ao frio podem ser colocadas  em ambientes mais quentes.
No outono e inverno temos um tempo de cuidados e observação. Aproveite este tempo para conhecer mais sobre plantas e com certeza você colherá belos frutos.

Karen D.C.Sprenger  - O Regador - Maio/Junho/ 2003

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A linguagem das Flores - Rosa

A linguagem das flores
Editado por Sheila Pickles
1989

ROSA

Rosa - Amor
Rosa branca - Pureza e amor espiritual
Rosa amarela - Enfraquecimento do amor e infidelidade
Rosa-de-cem-folhas - Embaixadora do amor
Rosa moscada - Beleza caprichosa
Uma única rosa - Simplicidade

Se Zeus quisesse oferecer às plantas
Uma rainha para o mundo das flores,
A rosa seria a escolhida
E faria enrubescer a rainha de cada bosque.
Filha mais doce das manhãs orvalhadas,
Jóia adornando o seio da terra,
Olho do prado, brilho dos campos,
Botão de beleza, afagada pelas alvoradas:
A alma suave do amor ela respira,
A testa da Cípria com mágica adorna;
E, às carícias turbulentas de Zéfiro,
Entrega suas verdejantes tranças
Até que, excitada com o luxuriante jogo,
Faz corar até a luz dos adivinhos.
Safo de Lesbos (600 a.c.)

A rosa é uma das flores mais antigas conhecidas pelo homem e ainda é uma das mais populares. Nabucodonosor usava-as para adornar seu palácio e, na Pérsia, onde elas eram cultivadas por sua essência perfumada, as pétalas eram utilizadas para encher o colchão do sultão. Em Caxemira, os imperadores mongóis cultivavam belos jardins de rosas e as flores eram jogadas no rio para dar-lhes as boas-vindas quando eles voltavam para casa. Mais tarde, as rosas tornaram-se sinônimos dos piores excessos do Império Romano - os camponeses eram obrigados a plantar apenas rosas em vez de alimentos para satisfazer as exigências de seus governantes. Os imperadores enchiam suas banheiras e fontes com água de rosas e sentavam-se em tapetes de pétalas de rosas em seus banquetes e orgias. Heliogábalo gostava de banhar seus convidados com pétalas de rosas, que caíam do teto durante as festividades.
          A rosa é a flor do amor. Ela foi criada por Clóris, uma deusa grega das flores, a partir do corpo sem vida de uma ninfa que ela encontrou certo dia em uma clareira no bosque. Pediu a ajuda de Afrodite, a deusa do amor, que deu à flor a beleza; Dionísio, o deus do vinho, ofereceu néctar para proporcionar-lhe um perfume doce; e as três Graças lhe deram encanto, esplendor e alegria. Depois Zéfiro, o vento oeste, afastou as nuvens com seu sopro para que Apolo, o deus sol, pudesse brilhar e fazer a planta florescer. E, desta forma, a rosa nasceu e foi logo coroada Rainha das Flores.

domingo, 8 de maio de 2011

O laço e o abraço

Mário Quintana

Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma  fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.

É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece?
Vai escorregando...devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço.

Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual a meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...

Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Relançando Mamãe

Em primeiro lugar, Mamãe gostaria de agradecer a presença de todos nesta 1a. Convenção Familiar. Mamãe sabe como foi difícil abrir um espaço nas agendas de cada um de vocês. Papai tinha uma lavagem de carro praticamente inadiável, Júnior já tinha marcado de se trancar no quarto, Carol estava para receber pelo menos três telefonemas importantíssimos de uma hora e meia cada um. Mamãe está comovida. Muito obrigada.
Bem, conforme Mamãe já tinha mais ou menos antecipado, esta convenção é para comunicar ao público interno - Papai, Júnior e Carol - todas as modificações nos produtos e serviços da linha Mamãe. Como vocês sabem, a última vez que Mamãe passou por reformulações foi há 14 anos, com o nascimento do Júnior. De lá para cá, os hábitos e costumes, o panorama cultural, a economia e o mercado passaram por transformações radicais. Mamãe precisa acompanhar a evolução dos tempos, sob pena de ver sua marca desvalorizada.
Para começar, Mamãe vai mudar a embalagem. Mamãe sabe que esta é uma decisão polêmica, mas acreditem, é o que deve ser feito. Mamãe sai desta convenção direto para um spa, e de lá para uma clínica de cirurgia plástica. Nada assim tão redical. Vai haver pouquíssimas alterações de rótulo, vocês vão ver. Mamãe vai continuar com praticamente o mesmo formato, só que com linhas mais retas em alguns lugares e linhas mais curvas em outros. Calma Papai. Mamãe já captou recursos no mercado. Mamãe vai ser patrocinada por uma nova marca de comida congelada. Lei Rouanet, porque Mamãe também é cultura.
Junto com o lançamento da nova embalagem de Mamãe, no entanto, acontecerá o movimento mais arriscado deste plano de reposicionamento. Sinto informar, mas Mamãe vai tirar do mercado o produto Supermãe. Não, não, não adianta reclamar. Supermãe já deu o que tinha de dar.Trata-se de um produto anacrônico e superado, antieconômico e difícil de fabricar. Mamãe sabe que o fim da Supermãe vai aumentar a demanda pela linha Vovó, que disputa o mesmo segmento. Paciência. Você não pode atender todos os públicos o tempo todo.
No lugar da Supermãe, Mamãe vai lançar (queriam que eu dissesse "vai estar lançando", mas eu me recuso) novas linhas de produtos mais adequados à realidade de mercado. Vocês vão poder consumir Mamãe nas versões Active (executiva e profissional), Light (com baixos teores de pegação de pé), Classic (rígida e orientadora), Italian (superprotetora) e Do-It-Yourself (virem-se, fui passear no shopping). Mas uma de cada vez, sem misturar. Ah, sim: Mamãe detesta esses nomes em inglês, mas me disseram que se não for assim não vende.
Mamãe gostaria de aproveitar a oportunidade para lançar seus novos canais de comunicação. De hoje em diante, em vez de sair gritando pela casa, vocês vão poder ligar para o SAC-Mamãe, um 0300 que dá direto no meu celular (apenas 27 centavos por minuto, mais impostos). Mamãe também aceita sugestões e críticas no endereço mamae@mamae.net . Mais uma vez Mamãe agradece a presença e a atenção de todos. Aguardem: vem aí a Nova Mamãe!

Ricardo Freire

domingo, 1 de maio de 2011

Controle de doenças fúngicas nas orquídeas

As manchas que encontramos nos pseudobulbos, folhas e flores das nossas orquídeas, uma vez instaladas, não desaparecem mais, a não ser quando aquela parte da planta fica velha e cai ou se a cortamos fora.
E quando aparecem manchas nas folhas novas? Pode ser a presença de algum fungo.
O melhor é separarmos a planta com as  manchas das demais, porque o respingo de água desta para outras plantas invariavelmente produzirá uma infestação. O melhor é começar o tratamento logo no início, quando as manchas aparecem na primeira planta.
O diagnóstico correto só é dado em laboratório de fitopatologia, quando levamos uma folha infectada para o devido exame.
O fungo Colletotrichum provoca manchas de formas circulares, conforme podemos observar na foto abaixo.

Então, já que o visual da planta está comprometido, poderemos seguir as orientações de F.C. Hoehne que aparecem na página 278 do livro "Iconografia de Orchidaceas do Brasil", publicado em 1949 pela S.A. Indústrias "Graphicars-F. Lanzara",  portanto anterior aos fungicidas que tanto mal fazem à nossa saúde e ao meio ambiente, onde podemos ler: "... praticando simplesmente uma picada com a unha nos pontos das folhas onde começam a emergir ...".
Já efetuei esta "técnica" inúmeras vezes e constatei que as manchas não continuam o seu desenvolvimento. A região da folha picada com a unha fica atrofiada, torna-se negra e entra em necrose, no entanto a folha continua viva e sadia. Hoehne afirma que desta maneira inoculamos alguma bactéria que ataca o fungo.
Já transmiti esta técnica a outras pessoas que também verificaram que a doença não progride. O aspecto da planta não fica bonito com as folhas picadas, mas pelo menos ficamos livres do fungo.

Marilda Gnatta Dalcuche