sábado, 25 de abril de 2015

Curso de Jardinagem - Meio Ambiente e nutrientes

MEIO AMBIENTE

     Meio ambiente é o espaço aéreo ou subterrâneo que a planta ocupa, onde ela vive e de onde ela retira os elementos para sua vida.

     O espaço aéreo é por nós mais conhecido, pois é também nele que vivemos.

     Se conhecemos o clima, frio ou calor, vento ou calmaria, chuva ou seca, luz ou sombra e entendemos sua influência nas plantas, podemos com pouco conhecimento proteger uma planta contra os excessos ocasionados por um clima adverso.

     O espaço subterrâneo é por nós pouco conhecido. Ele é também chamado por solo e divide-se em três camadas. A primeira de mais ou menos 3cm é estéril e improdutiva, a segunda é a camada fértil que varia de 20 a 70cm e é onde estão os elementos de nutrição das plantas. Nele existe uma grande quantidade de matéria orgânica viva ou morta e por isso chamamos de solo vegetal. A terceira camada, a de fixação, é a maior e onde as raízes devem encontrar facilidade para crescer e se fixar. Elas crescem o tempo todo desde que a temperatura do solo seja superior a 7ºC. Quando essa temperatura for inferior, a planta entra em dormência.

TIPOS DE SOLO

     Os solos nos jardins, hortas, lavouras ou mesmo num vaso devem ser bem permeáveis a fim de proporcionar maior aeração, maior absorção de água e maior desenvolvimento das raízes, oferecendo à planta condições ideais de vida.

     O solo é formado por uma parte de substância sólida, partículas rochosas, desde pequenas pedras até partículas de argila, uma parte de matéria orgânica decomposta, vida animal e vegetal, uma parte de água e ar.

     Conforme a predominância de um tipo de partícula rochosa e de capacidade de retenção de água e ar, o solo poderá ser classificado de solo arenoso ou solo argiloso.

     Quando existe maior quantidade de matéria orgânica viva ou morta, chamamos de solo humoso ou terra vegetal.

     O solo perfeito não existe, pois ele deverá ser adequado para a necessidade de cada planta.

     Além desses elementos do solo que influem nas plantas, tem ainda a acidez ou alcalinidade, que é representada pelo pH. A escala de pH vai de 0 a 14, sendo 7 considerado neutro. A maioria das plantas se desenvolve melhor num solo com pH em torno de 6,5.

CORREÇÃO DO SOLO

     A correção do solo quanto à deficiência de nutrientes será feita através de fertilizantes que contenham os elementos em falta. Quando o solo for muito arenoso, corrigir com argila e húmus, se argiloso compensar com areia e húmus. A adição de areia e argila equilibrará o solo muito humoso. Quanto ao pH, em solos muito ácidos adicionar calcário ou filer em canteiros já implantados. Nos canteiros ainda não plantados pode-se adicionar cal e deixar repousar por mais ou menos trinta dias. A dosagem deve ser aquela indicada nas sacas pelos fornecedores. A correção da alcalinidade indesejada se fará pela mistura de húmus, turfa ou matéria orgânica em decomposição.

     O adubo composto é um nutriente orgânico obtido pela decomposição de folhas e restos de limpeza de jardim. 

     Mulch do inglês, pallage do francês, é uma camada de folhas secas colocadas sobre os canteiros como proteção contra a evaporação do solo, ajudando também a manter a temperatura.  

NUTRIENTES

     Conforme a procedência, o nutriente pode ser orgânico ou inorgânico. Os nutrientes de natureza orgânica são os chamados ADUBOS, cujas características fundamentais são a assimilação lenta, mantendo por tempo seu valor ativo. Além desse aspecto nutritivo, os adubos, por intermédio de sua estrutura física, ajudam a regular a temperatura e a umidade do solo. Os adubos mais conhecidos são: estrume de curral, estrume misto, composto, galinaça, palomina, adubos verdes, lixos, algas, etc. Outros nutrientes de natureza orgânica são aqueles adubos orgânicos industrializados encontrados à venda sob o nome de FERTILIZANTE ORGÃNICO. São fáceis de serem adquiridos e aplicados. Entre eles: farinha de casco, de chifre, de sangue, de osso, de peixe, tancagem, guanos, pelos, resíduos de lã, torta de cana, de mamona, de algodão, de vinhaça, etc. Os nutrientes inorgânicos ou minerais são fertilizantes químicos e os corretivos de assimilação rápida. Os fertilizantes químicos têm uma assimilação rápida, mas seu efeito é menos duradouro que o adubo. Uma das vantagens é que se pode empregar na dose certa e no elemento específico necessário para a planta. Ele não mantém a umidade nem a temperatura. Achamos interessante em jardinagem usar o nutriente orgânico e só em casos especiais usar o nutriente químico. Os nutrientes químicos devem ser empregados na dosagem recomendada pelo laboratório responsável. Os principais fertilizantes químicos e os corretivos são: fertilizantes nitrogenados, tais como uréia, salitre, sulfato de amônia, nitrato de sódio, nitrocálcio, etc.; fertilizantes fosfatados exemplificados por superfosfato de cálcio, fosfatos naturais, cinza,etc; fertilizantes potássicos como cloreto, sulfato, nitrato e carbonato de potássio, cinza de madeira, etc. Os corretivos minerais: calcário, filer, cal viva, cal extinta, etc. Finalmente devemos citar ainda neste contexto os microelementos ou micronutrientes: enxofre, ferro, magnésio, manganês, sódio, cloro, cobre, cobalto, molibdênio, vanádio, etc. O fertilizante químico composto é um nutriente industrializado onde o produtor mistura vários nutrientes para maior facilidade de aplicação.

COMPOSTO ORGÃNICO

     Reserve um canto de seu jardim para o composto de folhas e detritos da limpeza do jardim. Junte todas as folhas, resto do corte do gramado, material da limpeza do jardim, cascas de vegetais utilizados para alimentação. Estenda no chão limpo um plástico e sobre ele coloque uma camada dos resíduos amontoados, numa espessura de mais ou menos 20 cm, pisoteie e regue com água onde tenha sido diluído um fertilizante nitrogenado (uréia, salitre, ...), ou cal virgem, na dose de um copo para um regador de 5 litros. Adicione mais lixo, pisoteie de novo e regue, assim sucessivamente até aproximadamente 1 metro de altura. Cubra com outro plástico preto e deixe em repouso por uns 60 dias, quando então você terá obtido um excelente adubo para canteiros e vasos. Se o "lixo" for pouco, faça montes menores. Inicie e termine a pilha no mesmo dia.

Palestra proferida no Cejarte em 10/05/2006
Sra. Regina Moreira Rodrigues
   

terça-feira, 14 de abril de 2015

Polinização: vento ou insetos?

Todas as coníferas, como também muitas outras plantas que se reproduzem por flores ou sementes, são polinizadas pelo vento. O trigo, por exemplo, possui uma flor pouco visível da qual se projetam as anteras masculinas, que entregam o pólen ao vento e os estigmas femininos, plumosos, que ficam aguardando o pólen a ser trazido pelo ar, proveniente dos pés de trigo vizinhos.
 
As plantas polinizadas pelos insetos, como as tulipas, muitas vezes possuem vivo colorido e segregam néctar. As espécies fecundadas dessa maneira produzem menor quantidade de pólen e tem órgãos femininos mais simples que as plantas que dependem do vento.
 
 
 


Controle Natural de Pragas

     Para manter sua horta e jardim saudáveis, são necessários cuidados especiais com as pragas. Existem várias plantas que atuam como repelentes de insetos ou os atraem para si mesmas, evitando que ataquem outras plantas.
     Se você souber misturar essas plantas de uma maneira inteligente e bem dosada, certamente os resultados serão surpreendentes; além de tornar sua horta mais bonita ou o seu jardim mais aromático, a necessidade de usar inseticidas será mínima.
     Todos sabem que o tagetes (cravo de defunto) é repelente de muitos insetos, combate o nematóide e estimula o crescimento vegetal, por isso é muito usado em hortas, principalmente junto com tomates. Todavia existem pelo menos duas dezenas de plantas que são benéficas no combate às pragas. Dizem que a "Ruta graveolens" (arruda) repele gatos.

Plantas que auxiliam no combate às pragas:

Allium sativum (alho) - repele insetos pelo cheiro.
Artemisia Absinthium (artemísia) - seu chá repele grande número de insetos, mas aplicações muito frequentes inibem o crescimento das plantas.
Borago officinalis (borage) - repele lagartas.
Calendula (calêndula) - combate os nematóides.
Chrysanthemum parthenium (margarida) - repele insetos.
Chrysanthemum balsamita (crisântemo) - repele mariposas.
Coriandrum sativum (coentro) - combate piolhos.
Dahlia rósea (dália) - combate o nematóide.
Delphinium sp (esporinha) - atrai e mata besouros.
Chrysanthemum sp (crisântemo) - repele insetos.
Mentha sp (hortelã) - repele formigas, moscas e pestes da família das couves.
Lavandula officinalis (lavanda) - repele mariposas.
Linum usitatissimum (linho) - repele o besouro da batata.
Mirabilis jalapa (maravilha) - insetos devoram sua folhagem e morrem.
Ocimum basilicum (alfavaca) - combate lagartas.
Pelargonium (gerânios) - atrai e mata besouros.
Petunia axillaris (petúnia) - combate insetos.
Pimpinella anisum (anis) - combate piolhos.
Rosmarinus officinalis (alecrim) - mariposas e besouros.
Ruta graveolens (arruda) - repele gatos.
Satureja hortensis (segurelha) - repele besouros.
Tanasetum vulgare (catinga-de-mulata) - formigas.

Bibliografia:
The Healthy Garden Handbook
autor: Hugh Johnson

Extraído do boletim "O Regador", edição de julho/agosto de 1991

Fotossíntese

Pelas raízes e radicelas a planta retira do solo os minerais que necessita usando como veículo a água (seiva bruta). Esta seiva bruta é levada através da circulação ascendente até as folhas. Além da água e desses nutrientes retirados do solo, o dióxido de carbono (CO2), também conhecido como gás carbônico, é retirado do ar, sendo de importância vital, junto com a água e a energia solar, para a síntese dos hidratos de carbono. A captação e transformação de energia solar se faz através do pigmento verde das plantas, a clorofila. Por esse mecanismo, o dióxido de carbono mais a água resultam em amido, que será elaborado nas células foliares (seiva elaborada) e distribuído para toda a planta pela circulação descendente. Esse mesmo amido é a reserva de matéria e energia com a qual a planta cresce e se modifica. A energia solar, seu calor e sua luz, embora não sejam nutrientes, são fundamentais para que se processe a transformação química das células foliares.
 
A fotossíntese é a função vital em que, sob a influência da luz solar e com interferência da clorofila, o dióxido de carbono, a água e os nutrientes (seiva bruta) se transformam em hidratos de carbono (seiva elaborada), que é energia, matéria básica para a vida humana e animal.